ecarmo:
Ás vezes nos deparamos com trabalhos delicados de solda ou fusão de metais ou outros materiais, e não dispomos de meios para isso. Em alguns casos podemos usar um pequeno maçarico à hidrogênio de fabricação caseira utilizando componentes simples e de baixo custo.
Histórico. A muitos anos atrás (acho que uns 30), precisei fazer uma série de furos em pequenos discos cerâmicos. Devido a extrema dureza do material, a unica solução que parecia viável era utilizar pequenas brocas de metal duro ou diamantadas. Infelizmente o uso de brocas não funcionou, os discos muito finos rachavam quando eram furados. A unica solução que encontrei para efetuar os furos foi utilizar a chama de um minúsculo maçarico à hidrogênio construído por mim.
Material do maçarico: Um vidro pequeno (como os de xarope) com tampa. Uma mangueira flexível (pode ser igual às mangueiras de soro). Uma agulha Hipodérmica (agulha de injeção)
Material para produzir hidrogênio: Aparas de alumínio (pedaços de alumínio) Soda cáustica (soda em escamas) Água
Como Fazer: Fure a tampa do vidro com um diâmetro ligeiramente menor que a mangueira. Lixe, lime ou esmerilhe a ponta da agulha até deixá-la reta (sem ponta) Introduza uma ponta da mangueira no furo da tampa e a outra ponta coloque no suporte da agulha; não deve haver vazamentos e obstruções.
Coloque no vidro as aparas de alumínio, um pouco de água e algumas escamas de soda, coloque a tampa no vidro e agite um pouco. Quando começar a sair gás pela agulha. acenda e use. Se a chama for muito fraca, ou não acender, espere, a reação demora um pouco para atingir o ponto máximo ou pode haver muito ar no sistema; caso necessário, coloque mais soda na solução; vá aos poucos até conseguir uma chama estável.
Advertências: Não coloque muita soda de uma vez, pode produzir muito gás e causar acidentes. A reação entre a solução de soda e alumínio e exotérmica e pode gerar calor, seja prudente. A chama de hidrogênio é a mais energética dos combustíveis (141,9 mJ/kg), e pode atingir temperaturas acima de 2800 graus, cuidado com queimaduras. Cuidado com os respingos da solução de soda, ela é tóxica e se entrar no olho pode causar cegueira, em caso de acidente lave por alguns minutos em água corrente e procure auxílio médico.
Com cuidado dá pra fazer um pequeno maçarico muito útil e funcional.. A fonte de hidrogênio tb pode ser obtida por eletrólise.
Abraços... ?_41
ecarmo:
Á seguir um vídeo de um maçarico de hidrogênio em ação.
Eu estava quebrando a cabeça e descosturando o bolso para tentar arrumar um oxi para soldar umas chapas bem finas de metal, visto que com a elétrica eu não consegui.
Será que essa será a solução?
Será que consigo armazenar esse gás para que eu tenha uma chama constante e uniforme?
Inclusive com possibilidade de regulagem da chama?
Como posso fazer para reabastecer a solução, sem a perda do gás já formado, tem alguma sugestão?
Do mais, logo logo venho com mais perguntas.
Abração.
Rubens
ecarmo:
Rubens;
Nesse caso não há necessidade de acumular o gás e nem recomendo pela natureza explosiva do mesmo; a sua produção é constante e pode ser aumentado com o incremento de soda ou aluminio e diminuído com água. Vc deve usar um recipiente no tamanho que forneça quantidade de gás desejada.
Tb pode usar um segundo recipiente com lavador de gases intercalado entre o maçarico e o recipiente de produção que tb pode servir como estabilizador da pressão caso seja necessário.
Para reabastecer, basta abrir a tampa do vidro e colocar o produto desejado, com um pouco de experiências vc consegue achar o ponto ideal.
O tamanho da chama depende do calibre da agulha e do tempero da mistura que deve fornecer gás suficiente para a chama desejada.
Para parar a reação basta escoar a solução de soda em outro vidro.
Para soldar chapas finas, nunca usei para esse fim mas acho que não teria maiores problemas, vou testar e depois reporto o resultado.
O interessante é que a queima bem feita não aquece a agulha e nem produz fumaça, só água; que pode ser vista pingando da agulha.
Uma curiosidade; Quando minha filha era pequena eu usava garrafas de refrigerante para encher bexigas voadoras de hidrogênio e divertíamos soltando-as ao vento.